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Deixe o 'Sangue Frio' para Trás: A Evolução do Entendimento Térmico Animal

  • Foto do escritor: Bioconservation
    Bioconservation
  • 4 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 6 de jan.

Por muitos anos, animais foram classificados de forma simplista como “de sangue frio” e “de sangue quente”. Apesar de populares, esses termos eram imprecisos e não explicavam como os animais regulam suas temperaturas corporais. Hoje, usamos os termos ectotérmicos e endotérmicos, que descrevem melhor os processos biológicos envolvidos na termorregulação.


Os antigos termos criavam equívocos. “Sangue frio” sugeria que a temperatura corporal desses animais era sempre baixa, o que não é verdade. Répteis, por exemplo, podem atingir altas temperaturas ao se aquecerem ao sol. Já “sangue quente” fazia parecer que endotérmicos têm sempre temperaturas elevadas, ignorando variações internas.



Os termos atuais são mais precisos:

Ectotérmicos - Dependem de fontes externas de calor, como o sol, para regular sua

temperatura corporal.

Endotérmicos - Produzem calor internamente, através do metabolismo, mantendo a

temperatura corporal constante, independentemente do ambiente.


Os animais ectotérmicos incluem répteis, anfíbios, peixes e a maioria dos invertebrados. Por não gerarem calor suficiente internamente, dependem de comportamentos específicos para regular sua temperatura, como se expor ao sol ou buscar sombra.


Possuem como características principais:

Baixo gasto energético - Como não precisam manter a temperatura corporal constante, consomem menos energia, podendo sobreviver com menos alimento.

Dependência ambiental - Sua atividade está diretamente ligada à temperatura do ambiente.


Em climas frios, podem se tornar letárgicos, reduzindo movimentos e alimentação. Um belo exemplo dessa classe de animais são os crocodilos, que utilizam técnicas de regulação térmica como manter a boca aberta para liberar calor ou alternar entre água e terra para ajustar a temperatura.


Já os animais endotérmicos, têm os mamíferos e aves como seus principais representantes. Eles mantêm uma temperatura corporal constante ao gerar calor por meio da quebra de moléculas energéticas (como carboidratos e gorduras) e da atividade muscular.


Possuem como características principais:

Alta demanda energética - A manutenção da temperatura constante exige grande consumo de alimentos.

Independência do ambiente - Podem se manter ativos em climas extremos, como desertos quentes ou regiões polares.

Adaptações térmicas - Contam com isolamento térmico, como pelos, penas ou camadas de gordura, para reduzir a perda de calor.


Como exemplo dessa classe temos os pinguins, que são capazes de sobreviver em ambientes extremamente frios, graças a penas impermeáveis e uma espessa camada de gordura que retém calor, mesmo em águas congelantes.


Embora a divisão entre ectotérmicos e endotérmicos seja útil, algumas espécies desafiam essas categorias:

Heterotermia regional - Peixes como o atum e o tubarão-branco podem aquecer músculos específicos, aumentando sua eficiência em águas frias.

Torpor em endotérmicos - Morcegos e beija-flores, por exemplo, reduzem seu metabolismo em momentos de escassez de energia, adotando um estado semelhante ao de ectotérmicos.


A mudança de “sangue frio” e “sangue quente” para ectotérmico e endotérmico reflete uma compreensão mais precisa das estratégias térmicas dos animais. Cada grupo possui adaptações incríveis que garantem sua sobrevivência em uma ampla variedade de habitats. Ao entender essas diferenças, podemos apreciar a complexidade da natureza e como os organismos se ajustam aos desafios do ambiente. Seja buscando calor ao sol ou mantendo a constância interna, ambos os grupos mostram como a vida é incrivelmente adaptável e resiliente.


Assista os vídeos a seguir para entender o que acabamos de dizer:





Gostaram do nosso tema de hoje? Curtam e comentem a sua opinião sobre esse artigo. Deixem nos comentários um tema que vocês gostariam de ver aqui no nosso blog da Bioconservation!


Referências:

Rezende, E.L. and Bacigalupe, L.D., 2015. Thermoregulation in endotherms: physiological principles and ecological consequences. Journal of Comparative Physiology B, 185(7), pp.709-727.


Kearney, M., Shine, R. and Porter, W.P., 2009. The potential for behavioral thermoregulation to buffer “cold-blooded” animals against climate warming. Proceedings of the National Academy of Sciences, 106(10), pp.3835-3840.


Texto: Douglas Siqueira. Equipe Bioconservation.

 
 
 

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