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Um estudo de abrangência global bastante recente publicado na revista Science investiga por que cobras (e seus parentes lagartos, sob o grupo Squamata) tornaram-se um dos grupos de vertebrados terrestres mais diversos e inovadores, tanto em forma quanto em função. Utilizando uma combinação de dados naturais (mais de 60.000 espécimes), uma vasta filogenia com dados genômicos (5.400 loci, ~1.018 espécies), inferências morfológicas e ecológicas, os autores mostram que as cobras passaram por uma espécie de "singularidade macroevolutiva" no momento de sua origem. Nesse ponto inicial ocorreram mudanças repentinas e profundas em traços como locomoção (perda de membros, corpo alongado), dieta, morfologia craniana e percepção sensorial. Essas inovações permitiram às cobras explorar nichos predatórios variados, diversificar-se muito mais rápido que lagartos, e influenciar fortemente a estrutura trófica das comunidades animais.

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As cobras destacam-se entre os répteis por terem passado, logo em seus primórdios evolutivos, por um conjunto de transformações revolucionárias em forma, função e comportamento. Essa mudança súbita inclui a perda de membros, extensão corporal significativa, adaptação do crânio para uma alimentação especializada, e melhorias no sistema sensorial — alterações que permitiram explorar nichos predatórios que outros lagartos não acessaram.


O estudo revela que essas inovações ocorreram num momento singular da história evolutiva das cobras, quase como se elas tivessem entrado em um novo “modo evolutivo”, com taxas mais altas de mudança fenotípica e especialização ecológica. Essa singularidade não apenas influenciou sua própria radiação adaptativa, mas moldou também a estrutura ecológica de comunidades de vertebrados, especialmente no que diz respeito à dieta e ao impacto ecológico dos predadores.


Essa herança inicial — esse pulso macroevolutivo — é determinante para entender por que cobras hoje são tão diversas, distribuídas por habitats variados, com estilos de vida muito distintos (desde serpentes aquáticas até espécies fossoriais, arborícolas, etc.). Em outras palavras: a biodiversidade dos Squamata reflete não apenas uma acumulação gradual de mudanças, mas uma mudança brusca no começo que abriu caminho para os rumos posteriores da evolução desse grupo.


Texto Professor e Doutorando Rafael Moura

 
 
 

Um drone registrou, pela primeira vez, imagens de muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides), o maior primata das Américas e ameaçado de extinção em uma área protegida do Rio de Janeiro. O flagrante aconteceu no Parque Estadual do Cunhambebe, reforçando a importância da tecnologia no monitoramento da fauna. Essa ocorrência amplia o conhecimento sobre a distribuição da espécie no estado, já que antes havia poucas confirmações da presença de muriquis na região.


A captura das imagens representa um marco importante para a conservação da espécie, já que até então havia pouquíssimos registros confirmados de muriquis nessa região. A utilização de drones amplia as possibilidades de monitoramento, permitindo alcançar áreas de difícil acesso e reduzindo o risco de perturbação aos animais.


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O registro contribui para fortalecer o conhecimento sobre a distribuição e presença dos muriquis no estado, informações fundamentais para orientar estratégias de manejo e ações de proteção. Como o muriqui-do-sul enfrenta forte pressão pela perda de habitat e pela fragmentação da Mata Atlântica, cada nova confirmação de sua ocorrência é vista como um passo essencial para a conservação.


Além do avanço científico, a descoberta também evidencia o papel das novas tecnologias como aliadas na gestão de parques e reservas. O monitoramento remoto, por meio de drones, pode complementar outras metodologias de pesquisa, ajudando a identificar áreas prioritárias para a proteção e reforçando a importância das unidades de conservação como refúgio para espécies ameaçadas.


O caso do Cunhambebe demonstra que, mesmo em regiões bastante visitadas e estudadas, ainda existem surpresas na biodiversidade a serem reveladas. Para os pesquisadores, essa novidade reforça a necessidade de investimentos contínuos em ciência, tecnologia e conservação ambiental, de modo a garantir que espécies como o muriqui-do-sul possam sobreviver nas próximas gerações.



Testo: Doutorando PPGCAF Rafael Moura



 
 
 

A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences alcançou um feito notável ao "desextinguir" o lobo-terrível (Aenocyon dirus), uma espécie que desapareceu há mais de 10.000 anos. Utilizando engenharia genética avançada, os cientistas recriaram os genomas dos lobos terríveis a partir de DNA antigo e editaram os genes de lobos cinzentos modernos. Esse processo resultou no nascimento de três filhotes — Romulus, Remus e Khaleesi — por meio de cães de aluguel. Esses lobos, criados em uma reserva secreta de 2.000 acres, exibem características selvagens distintas, como uivos e comportamento cauteloso, e são monitorados de perto para entender os efeitos da edição genética. ​


Essa conquista também sustenta a missão mais ampla da Colossal de prevenir a extinção e restaurar a biodiversidade, incluindo esforços para reviver o mamute-lanoso e salvar espécies ameaçadas, como o lobo-vermelho e o quoll do norte. O projeto do lobo-vermelho recentemente produziu quatro clones usando "alelos fantasmas" de canídeos híbridos, visando aumentar a diversidade genética. ​


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Embora a inovação da Colossal seja elogiada, sua abordagem levanta preocupações éticas sobre clonagem, possíveis perturbações ecológicas e bem-estar animal. Ainda assim, a empresa argumenta que sua tecnologia tem potencial para a conservação e resiliência climática. Com significativo apoio financeiro e grandes ambições, a Colossal continua a liderar o movimento controverso, mas convincente, de reescrever o passado e o futuro da natureza. ​


Além disso, a Colossal planeja aplicar métodos semelhantes para reviver outras espécies extintas, incluindo o mamute-lanoso, e está a caminho de sua primeira gravidez de elefante de aluguel até 2026. A empresa também aplica suas tecnologias genéticas para conservar animais ameaçados, como o pombo cor-de-rosa, aumentando a diversidade genética para combater a consanguinidade. Com uma avaliação de US$ 10,2 bilhões, a Colossal colabora com várias organizações de conservação e órgãos governamentais para integrar espécies revividas e preservadas nos ecossistemas atuais, anunciando uma nova era na restauração de espécies e proteção da biodiversidade.


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